Cadeias produtivas da indústria e do transporte sofrem colapso com novas taxas americanas.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), braço das Nações Unidas especializado em questões trabalhistas, emitiu nesta semana um alerta contundente: mais de 84 milhões de empregos ao redor do mundo estão sob ameaça direta devido às novas tarifas comerciais impostas pelo governo dos Estados Unidos, sob comando de Donald Trump.
Segundo relatório apresentado em Genebra e divulgado pela Reuters, esses empregos estão espalhados por 71 países, sendo 56 milhões concentrados na região da Ásia-Pacífico, onde muitas economias são fortemente dependentes das exportações para os EUA. A medida mais crítica, segundo a OIT, foi o anúncio da tarifa universal de 10% sobre produtos de 185 países e territórios, além de uma taxação de 25% sobre todos os carros importados.
O impacto mais imediato, contudo, é sentido pelos vizinhos norte-americanos. Canadá e México somam juntos 17,1% dos empregos globais sob risco. O Canadá, por exemplo, já se prepara para a eliminação de até 100 mil postos de trabalho, enquanto especialistas locais alertam para o risco iminente de recessão, agravado pela queda brusca na confiança empresarial e pelo aumento das preocupações com o desemprego.
O relatório da OIT também destaca que muitos desses empregos são indiretamente ligados à demanda norte-americana – o que amplia a crise não apenas para quem exporta diretamente para os EUA, mas também para fornecedores e parceiros dessas cadeias produtivas.
Essas medidas protecionistas, somadas à desaceleração da economia global, podem não apenas alterar o cenário comercial, mas desencadear uma onda de demissões em massa, desindustrialização acelerada e insegurança trabalhista global. A crise, segundo analistas, não será restrita ao setor automotivo ou à manufatura, podendo atingir também serviços, logística, tecnologia e agricultura.
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“Tarifas e Tensão: Como a Nova Guerra Comercial Pode Redesenhar a Economia Global” – entenda os impactos em cadeia das medidas protecionistas e o que governos e empresas estão fazendo para reagir.